Voluntariado é coisa de quem não tem o que fazer

Precisamos falar mais sobre este tema para que as pessoas deixem de pensar desta maneira
Crédito: Gerando Falcões

Por Roberto Ravagnani (*)

Estamos em 2023 e ainda ouço frases como esta do título de hoje. Voluntário é gente que não tem o que fazer.

Muito triste. Mas sabe o pior? É que nós, que trabalhamos com isso, somos culpados e merecemos ouvir isso de vez em quando, para lembrar que ainda falta muito para termos esta categoria gigante representada, compreendida e apoiada.

Se nós que lidamos com o assunto insistimos em falar somente para os convertidos, como cobrar conhecimento daqueles que nunca ouviram falar da causa?

Não basta ter um dia ou dois no ano para comemorar, temos que comemorar todos os dias e falar dele nos mais variados locais do país. Só assim começamos a construir uma cultura efetiva, onde, em algumas décadas, não seremos mais necessários para falar do tema, pois a grande maioria já exerce ou, pelo menos, respeita esta causa com conhecimento.

Nosso desafio é tornar o assunto fácil, tirar o burocrático e o economês da fala e colocar a pauta no cotidiano. Como fazer, por que fazer, onde praticar, o que eu ganho com isso? Deste modo, vamos tornar esta causa tão ampla e acessível como ela efetivamente é.

Todos somos responsáveis por isso: gestores de OSC’s podem – e no meu entender – devem ter este assunto como pauta constante dos seus grupos de trabalho. Para com seu público final, ter isso como assunto corriqueiro.

Nós que estamos nas redes sociais, devemos disseminar os bons conteúdos do assunto. Percebam que eu usei o verbo DEVER, pois somos agraciados com inteligência, conhecimento e discernimento do que é bom para as pessoas, portanto, devemos fazer este tema ecoar, pois ele é bom para o mundo.

Os meios de comunicação insistem em falar do voluntariado de uma forma jornalística, ou seja, só quando ele é efetivamente notícia, como um trabalho que será realizado, uma necessidade específica, mas não como uma pauta a ser estudada, como os benefícios do trabalho voluntário, entre outros enfoques que poderiam ser explorados.

Então, cabe a nós, interessados no assunto, disseminarmos esta ideia por onde quer que andemos. Convido a você deixar um pouco de lado os temas que hoje nos pregam, como tecnologia, captação de recursos, empreendedorismo etc.

Voluntariado cabe em qualquer pauta, pois abre nossa mente para um mundo melhor e menos complexo.

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*Roberto Ravagnani é palestrante, consultor especialista em voluntariado, ESG e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar, conselheiro da Rede Filantropia, CEO do VOL, associado da VRS Consult da Guatemala, prof. de voluntariado da PADLA University- México e consultor acreditado internacionalmente por Empresability . @roberto.ravagnani

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