O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Prefeitura de Manaus e o Instituto Amazônia Açu (Iaçu) realizam a Jornada da Dignidade Menstrual com jovens e adolescentes de Manaus (AM), Belém (PA) e São Luís (MA). O evento é parte da iniciativa #AgendaCidadeUNICEF, desenvolvida em oito capitais do País.
A jornada ocorre presencialmente em Manaus, entre os dias 22 e 24 de novembro, das 8h às 16h, no Clube de Mães Irmã Ruth Moura, do Bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste da cidade. Na programação estão previstos intercâmbio de experiências dos adolescentes e produção de material de comunicação em respostas ao enfrentamento da pobreza menstrual e das violências com ênfase em gênero.
O UNICEF desenvolve, desde 2021, várias ações relacionadas à saúde menstrual, por meio de capacitação de técnicos, gestores e adolescentes, visando garantir a dignidade menstrual e a saúde integral de pessoas que menstruam.
Rayanne França, oficial para o Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF, explica que essa ação reflete a preocupação do UNICEF com os referidos temas, sobretudo, a dignidade menstrual, a partir de dados do estudo Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos, divulgado pelo UNICEF e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em 2021.
“A pobreza menstrual é a falta de acesso a insumos menstruais como, por exemplo, coletores menstruais, absorventes, tampões, calcinhas menstruais, e também se refere à falta de informação sobre menstruação, assim como a ausência de infraestrutura adequada para o manejo da higiene menstrual. A pobreza menstrual é um tema silencioso, cercado de tabus e preconceitos. As pessoas têm vergonha de falar que estão passando por uma necessidade básica, que é a garantia de produtos e condições para uma adequada gestão menstrual”, diz Rayanne.
A presidente do Instituto Amazônia Açu, Suzy Evelyn Silva, diz que a iniciativa é uma oportunidade para trabalhar também a prevenção de violências. “No primeiro momento do Projeto Empoderando sem Tabu, que ocorreu de março a julho de 2023, conseguimos alcançar cerca de 500 adolescentes em dez oficinas em que foram trabalhadas a dignidade menstrual, a saúde mental e a questão dos crimes virtuais, uma oportunidade para trabalhar a prevenção e autoproteção das violências no ambiente digital em um mundo cada vez mais conectado e com uso prolongado da internet”, explica.
Na segunda fase do projeto, que ocorre até março de 2024, o objetivo é alcançar jovens e adolescentes das escolas públicas municipais e estaduais do bairro Colônia Antônio Aleixo, com mensagens sobre prevenção de abuso e exploração sexual, dignidade menstrual, saúde mental e promover a sensibilização de atores-chave nesses temas. Para se capacitarem para desenvolver e disseminar as mensagens, os adolescentes e jovens participarão de encontros formativos.
Projeto Empoderando sem Tabu
O Projeto Empoderando sem Tabu promove a igualdade de gênero e raça de meninas, com foco em adolescentes cis, trans e não binários, entre 12 e 19 anos, e está inserido na #AgendaCidadeUNICEF, uma iniciativa em conjunto com as prefeituras municipais para assegurar direitos, promover oportunidades e ajudar na prevenção de violência contra crianças e adolescentes em áreas vulneráveis de oito centros urbanos, incluindo Manaus.
O Instituto Amazônia Açu, parceiro estratégico do UNICEF no Projeto Empoderando sem Tabu, busca apoiar o protagonismo de jovens e adolescentes do bairro Colônia Antônio Aleixo, apoiando em ciclos de formação nos temas de empoderamento de meninas, gênero, engajamento e participação de adolescentes, geração de rendas e oportunidades.
#AgendaCidadeUNICEF
É uma iniciativa em conjunto com as prefeituras municipais para assegurar direitos, promover oportunidades e ajudar na prevenção de violência contra crianças e adolescentes em áreas vulneráveis de oito centros urbanos, incluindo Manaus. Na capital amazonense, a parceria foi estabelecida em 2022 e tem como foco a atuação no Bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus, que, de acordo com dados coletados pela gestão municipal, abriga mais de 80% das crianças em situação de trabalho infantil da capital amazonense.
Fonte: UNICEF