Racismo sistêmico no Brasil preocupa ONU

O Alto Comissariado pediu a adoção de estratégias mais inclusivas que incorporem as vozes das vítimas do racismo sistêmico

No último dia 5 de setembro, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgou um relatório enfatizando a contínua luta dos afrodescendentes para alcançar uma representação significativa em questões públicas em suas nações respectivas, incluindo o Brasil. Segundo a organização, essa questão está enraizada no racismo sistêmico que é, em grande parte, uma herança da era da escravidão e do colonialismo.

O estudo da ONU destacou ainda que o legado desses períodos históricos continua reverberando na atualidade, marginalizando os afrodescendentes e excluindo-os de vários âmbitos da sociedade, incluindo a participação em espaços públicos e políticos.

No Brasil, a situação é vista com alarme, situando-se entre os países que mais causam preocupação no que diz respeito à violência policial desproporcional contra indivíduos negros, um fenômeno que, lamentavelmente, apresentou aumento mesmo frente à redução geral de mortes causadas por intervenções policiais em 2021.

Ravina Shamdasani, porta-voz da organização, citou a crescente hostilidade e violência contra ativistas, cujas denúncias muitas vezes permanecem sem resposta, criando um ciclo de impunidade. Ela também mencionou a insuficiente inclusão de grupos afrodescendentes e quilombolas em diálogos governamentais, sublinhando a necessidade de ampliar esses espaços para fomentar a construção de políticas mais inclusivas e justas.

O Alto Comissariado pediu a adoção de estratégias mais inclusivas que incorporem ativamente as vozes daqueles diretamente afetados pelas repercussões do racismo sistêmico em discussões pertinentes.

O documento, que explora a realidade em 44 países, visa proporcionar uma compreensão mais profunda das raízes e consequências persistentes do racismo sistêmico, e está programado para ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU no próximo mês. A iniciativa busca inspirar ações globais e unificadas para erradicar as desigualdades existentes e promover uma sociedade mais igualitária e justa para todos.

(Agência Pauta Social)

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