Por que novas estratégias de captação de recursos são essenciais no Terceiro Setor

Cem por cento das organizações que se destacaram no Prêmio Melhores ONGs inovaram na área nos últimos dois anos

Terceiro Setor brasileiro cumpre um papel fundamental para a sociedade porque cuida de problemas que onde os governos e as empresas não chegam. Apesar disso, a sustentabilidade financeira é sempre um desafio, já que não existe imposto e é um setor que não visa lucro. Isso independe do porte da organização — embora as maiores costumem ser mais estruturadas nesse sentido, mesmo para elas essa é uma preocupação constante. Encontrar novas formas de conseguir doações é estratégico para que as ONGs sobrevivam, se destaquem e consigam atender mais pessoas impactadas pela sua causa.

Não por acaso, a estratégia de financiamento é um dos critérios avaliados pelo Prêmio Melhores ONGs, o mais importante reconhecimento do terceiro setor brasileiro, que divulga anualmente uma lista das 100 melhores ONGs do Brasil. Estatísticas da edição 2023 mostram que todas as selecionadas para a lista desenvolveram alguma nova estratégia de financiamento ou fonte de captação nos últimos dois anos. Em mais da metade dos casos, essa nova estratégia já representa pelo menos 10% do total de receitas.

Ainda de acordo com os dados divulgados pelo Prêmio, 98% das organizações que se destacaram contam ao menos com um funcionário dedicado exclusivamente às atividades de captação de recursos e possuem um sistema ou botão para receber doações online. Além disso, metade das melhores ONGs do Brasil conta com a arrecadação de doações de muitas pessoas físicas.

Eventos, patrocínios, doações de empresas, financiadores internacionais,  grandes mantenedores, leis de incentivo, prestação de serviços, venda de produtos, convênios e parcerias com governo, contribuição associativa; projetos com institutos e fundações e fundo patrimonial são outras formas de financiamento declaradas pelas organizações. De modo geral, diversificar as fontes de financiamento também é uma ótima ideia.

Desde 2017, o Prêmio Melhores ONGs reconhece o trabalho fundamental prestado pelas instituições não-governamentais no Brasil, funciona como um farol para orientar doações e incentiva boas práticas, contribuindo também para a melhoria na gestão de todas as participantes, incluindo as que não são premiadas, que recebem feedbacks detalhados da avaliação. Além de reconhecer o trabalho, o Prêmio também ajuda a gerar mais confiança para que elas captem apoio de financiadores, voluntários e parceiros. Todo ano, as vencedoras relatam como estar na lista das melhores muda a vida delas, abrindo novas portas para captação.

Um fato interessante que temos observado ao longo das edições, é que uma ideia que surja em uma organização que trabalha com uma causa pode ser adaptada até por organizações que trabalham com temas bem diferentes. Compartilhar essas experiências é muito importante para melhorar a saúde financeira do setor como um todo e, consequentemente, da sociedade atendida por essas organizações. Assim, ao reconhecer as melhores estratégias, o Prêmio Melhores ONGs também ajuda a disseminar essas boas práticas e a melhorar o ambiente do terceiro setor como um todo. Sempre existe espaço para inovar e quem continuar fazendo isso vai sair na frente e virar referência.

Fonte: publicado originalmente no portal Exame

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