*Carla Damião
Vamos confessar? Há muito tempo, a sociedade tem sido moldada e sustentada pelas mãos altruístas das mulheres.
Enquanto o mundo continua a evoluir e progredir, uma verdade inegável permanece: são as mulheres que lideram a vanguarda da mudança social.
De projetos de filantropia a organizações de caridade, da base até o topo, são as mulheres que têm sido as verdadeiras arquitetas do bem-estar social.
Este artigo busca lançar luz sobre o papel fundamental que as mulheres desempenham nesses esforços e desafiar a percepção estereotipada de sua contribuição na esfera social.
Ao mergulharmos nos dados mais recentes, torna-se evidente que as mulheres não apenas dominam, mas também impulsionam os projetos sociais em todas as suas formas.
De acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam mais de 70% dos voluntários no Brasil, abraçando causas que vão desde o combate à pobreza até a preservação ambiental.
Essa disparidade de gênero não é mera coincidência.
Olhemos para a filantropia, o ato de doar recursos para causas dignas. Enquanto os homens muitas vezes recebem destaque por suas doações substanciais, são as mulheres que lideram a revolução silenciosa da filantropia.
Estudos conduzidos pela Charities Aid Foundation (CAF) revelam que as mulheres são mais propensas a doar para instituições de caridade e organizações sem fins lucrativos do que os homens.
Elas não apenas doam mais frequentemente, mas também tendem a doar uma porcentagem maior de sua renda disponível.
Esta não é apenas uma tendência isolada, mas sim um padrão observado em todo o mundo.
Além disso, quando olhamos para o cenário das organizações sociais, a presença esmagadora das mulheres é inegável.
De pequenas ONGs locais a grandes entidades globais, as mulheres estão no centro de sua operação e sucesso.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam a maioria esmagadora dos funcionários e voluntários em organizações de desenvolvimento e assistência humanitária.
Nossa dedicação incansável e compromisso inabalável com a causa são os pilares sobre os quais a maior parte das organizações sociais se sustentam.
Não podemos ignorar também a influência avassaladora das mulheres no campo da assistência social.
Desde os primórdios da profissão, as mulheres têm sido as principais protagonistas no fornecimento de cuidados e apoio aos mais vulneráveis de nossa sociedade.
De acordo com o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), mais de 88% dos assistentes sociais registrados no Brasil são mulheres.
Nós somos, muitas vezes, as vozes dos sem voz, as defensoras dos desfavorecidos e as agentes de mudança em nossas comunidades.
Então, por que, apesar de nossa evidente liderança e contribuição, as mulheres muitas vezes são relegadas a um papel secundário na narrativa do trabalho social?
A resposta pode residir em profundas normas sociais e estereótipos de gênero que permeiam nossa sociedade.
Enquanto os homens são frequentemente celebrados por suas conquistas individuais, o trabalho das mulheres é muitas vezes visto como uma extensão de suas responsabilidades “naturais” de cuidado e serviço.
No entanto, chegou a hora de desafiar essas percepções antiquadas e reconhecer o papel fundamental que as mulheres desempenham na construção de um mundo mais justo e compassivo.
Precisamos reconhecer que são elas, e não os homens, que são as verdadeiras forças por trás dos projetos sociais que moldam nosso mundo – ao menos até o momento.
Em última análise, as mulheres não são apenas parte do movimento social – elas o lideram.
Se quisermos verdadeiramente criar mudanças significativas em nossa sociedade, devemos seguir o exemplo das mulheres e reconhecer seu papel central na transformação do mundo para melhor.
Enquanto encerramos este artigo, é importante lembrar que hoje celebramos o Dia Internacional da Mulher.
Este dia não apenas nos dá a oportunidade de reconhecer as contribuições inestimáveis das mulheres em todos os aspectos da sociedade, mas também nos instiga a refletir sobre o progresso que ainda precisa ser feito na luta pela igualdade de gênero.
Neste Dia Internacional da Mulher, convido todos a se unirem para honrar e celebrar as mulheres ao redor do mundo.
Reconheçamos não apenas suas conquistas individuais, mas também seu papel essencial na condução dos projetos sociais que moldam nosso mundo.
Vamos nos comprometer a apoiar e capacitar as mulheres em sua jornada contínua em direção à igualdade e justiça.
Enquanto celebramos as mulheres hoje, vamos lembrar que todos os dias devem ser dedicados a desafiar estereótipos de gênero, promover a inclusão e reconhecer o valor inestimável das mulheres em todas as esferas da sociedade.
Feliz Dia Internacional da Mulher a todas nós – as forças por trás dos projetos sociais que estão transformando nosso mundo para melhor.
*Diretora da empresa Social Umanitar Academy.
Fonte: Umintar