*Por Roberto Ravagnani
ESG é um termo que vem ganhando espaço nos meios de comunicação e nas empresas. Em inglês, a sigla significa Governança Ambiental, Social e Corporativa. Apesar de parecer algo recente, o ESG tem origem em meados dos anos 2000, quando o mercado financeiro começou a considerar critérios ambientais, sociais e de governança em análises de investimento.
Com todas as dúvidas e preocupações iniciais, aos poucos, as pessoas começaram a entender que o ESG não era algo tão novo assim. Inclui o mercado financeiro em uma discussão que já existia no mundo corporativo, que é a da sustentabilidade empresarial, de acordo com a qual empresas devem considerar aspectos ambientais e sociais nos seus negócios e medir seus resultados pelo valor que geram para a sociedade, indo além do foco apenas no retorno financeiro.
Cada uma das letras da sigla se refere a um tema específico:
E (Environmental – Ambiental)
Aqui estão as práticas para diminuir o impacto ambiental e os esforços para conservação do meio ambiente. Dentro do E ou do A, estamos falando de temas como aquecimento global, reflorestamento, proteção à biodiversidade e gestão de resíduos, por exemplo.
S (social)
Diz respeito a como as empresas cuidam do relacionamento com seus parceiros: colaboradores, fornecedores, clientes e sociedade. De forma prática, estamos falando de respeito aos direitos humanos em cadeias produtivas, melhoria de condições de trabalho, treinamento e capacitação aos colaboradores, estímulo à inclusão e diversidade e impacto positivo as comunidades onde as empresas estão inseridas.
G (governance – governança)
Refere-se a boas práticas de administração das empresas e engloba temas como transparência, comportamentos éticos e anticorrupção.
A dúvida que tem surgido é como materializar o ESG dentro das empresas ou organizações? Como colocá-lo em prática? Não existe uma fórmula ou caminho único, isso é fato. No entanto, ações já existentes podem apoiar esta construção, como é o caso do voluntariado corporativo.
O voluntariado corporativo, ainda que visto somente como uma forma de praticar solidariedade e comportamento cidadão, é muito mais e deve ser visto como uma ferramenta estratégica dentro das empresas. Além de gerar impacto nas comunidades, também educa e desenvolve colaboradores. E isso tem tudo a ver com o ESG!
Colaboradores que participam de ações de voluntariado têm a oportunidade de aprender e aprimorar, de forma prática, habilidades comportamentais, as chamadas soft skills. Ser voluntário exige, por exemplo, trabalhar em equipe e ter empatia para entender e respeitar a realidade do outro.
Dentro do ambiente de trabalho, isso reflete em uma melhor integração das equipes, com mais apoio, troca de informação e facilidade no entendimento das necessidades de clientes internos e externos. As iniciativas de voluntariado podem ser desenhadas junto com a equipe de Recursos Humanos para que sejam trabalhadas habilidades para os objetivos de cada empresa.
O voluntariado também é uma forma de impactar a comunidade onde a empresa está inserida. O trabalho em conjunto com OSCs locais permite identificar quais são as necessidades daquela população e em quais delas a empresa e seus colaboradores podem se envolver. A partir daí, podem surgir ações estruturadas, para as áreas de: educação, mentoria para jovens, mutirões de limpeza ou de reflorestamento, entre outras.
Além disso, o voluntariado é importante ferramenta para a educação de colaboradores na mentalidade ESG.
Para que a estratégia ESG das empresas seja efetiva, ela precisa ser vivida e praticada pela empresa como um todo. Por meio do voluntariado, os colaboradores têm a oportunidade de se conectar com causas e entender a importância da proteção ao meio ambiente, de apoiar comunidades e, ao ter contato com outras realidades, também de ter um espaço de trabalho com mais diversidade.
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*Roberto Ravagnani palestrante, jornalista, radialista, consultor, fala de ESG, voluntariado, sustentabilidade. @roberto.ravagnani