Por Mariana Deperon*
A busca pela equidade de gênero nas empresas é mais do que um simples movimento, é uma necessidade imperativa de construir ambientes de trabalho mais justos e inclusivos. A igualdade não se atinge apenas com uma cota preenchida, mas uma filosofia incorporada no DNA da empresa. As empresas devem buscar uma transformação cultural, muito além das ações afirmativas, igualdade salarial e oportunidades de vaga. Isso implica em repensar estruturas, práticas e valores, para criar um ambiente onde todas as vozes, independentemente do gênero, sejam ouvidas, valorizadas e empoderadas.
A mudança cultural requer uma abordagem sensível, para educar e conscientizar sobre a importância da diversidade e da igualdade de gênero dos colaboradores de base até a mais alta liderança. Um dos desafios fundamentais é a introdução de novas rotinas, com foco no autoconhecimento e enfrentamento das condições que levam as mulheres a se sentirem inferiores ou incapazes, que é o que acontece quando a profissional manifesta, por exemplo, sinais da síndrome da impostora.
Negócios de impacto, como a Travessia Inclusão, têm desempenhado um papel fundamental na promoção de uma cultura empresarial que valoriza e respeita a diversidade, enfrentando desafios emergentes, incluindo o fenômeno da impostora, que impacta a saúde mental de mulheres, principalmente, no mundo corporativo.
A síndrome é um obstáculo significativo no ambiente de trabalho e pode comprometer a produtividade de toda a empresa. A Travessia Inclusão tem orientado organizações que buscam lidar com o problema, realizando treinamentos sobre o fenômeno, desmistificando a síndrome e incentivando ações de acolhimento e apoio às mulheres.
Na implementação dessa agenda, as lideranças têm tido papel fundamental. A mudança de cultura só ocorre quando há uma liderança engajada ativamente na promoção da equidade de gênero, que priorize a pauta, dedique orçamento e atenção às iniciativas de inclusão.
Os desafios são reais, mas as recompensas de uma cultura empresarial mais equitativa são imensuráveis. Empresas que adotam a equidade de gênero como um compromisso não apenas fortalecem sua reputação e atratividade, como também impulsionam a criatividade e inovação. Em ambientes saudáveis, a síndrome da impostora não vira um empecilho, ela é só mais uma condição a ser acolhida e trabalhada até ser superada.
*Mariana Deperon é advogada, autora do livro “Eu, impostora?” e sócia-fundadora do negócio de impacto Travessia Inclusão.