Dia do Orgulho LGBT: Rio de Janeiro realiza ato na Cinelândia

A manifestação traz plenárias abertas, reuniões presenciais e online, e outras iniciativas para marcar posição no 28 de julho, a data mais tradicional do ativismo pela diversidade

No dia 28 de junho é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTIA+, e a Frente LGBTIA+ do Rio de Janeiro organizou um ato na Cinelândia para seguir em marcha em direção à Lapa, com a participação de lideranças do Movimento Social e de parlamentares aliados. Por meio de intervenções artísticas, oficinas de cartazes e até serviços de testagem rápida e orientações sobre ISTs e HIV/Aids, o evento tem parceria
com o Grupo Pela Vidda RJ. A manifestação inclui ainda plenárias abertas, reuniões presenciais e online – tudo para marcar posição na data mais tradicional do ativismo pela diversidade.

“É importante que se avance nas discussões das políticas públicas e se vá além da sobrevivência”, “, diz Gab Van, presidente da Liga Transmasculina João W. Nery. Segundo ele, “manter esses corpos vivos e em segurança é dever do Estado. Mas não só. É também dever do Estado garantir a promoção de educação, empregabilidade, remuneração digna, cultura, lazer, respeito às tradições ancestrais, valorização da produção de conhecimento decolonial e bem viver para todas, todes e todos”.

“Não farão política sem nós”, acrescenta João W. Nery, um dos organizadores do ato.

Para sintetizar as reivindicações da comunidade LGBTIA+ do Rio de Janeiro, o tema escolhido para o ato foi “Trabalho, renda e bem viver para todes”, e indica uma cobrança ao Governo Lula, que amplamente apoiaram, para a necessidade de garantir recursos para políticas públicas. Escolher como núcleo de reivindicação esses pilares significa razer para o centro da discussão o compromisso material e concreto com as pessoas mais vulnerabilizadas da comunidade LGBTIA+, especialmente negras, moradoras de favelas e periferias e/ou trans e travestis.

“Estamos indo para as ruas porque nossa população carece de políticas públicas essenciais, as prostitutas e profissionais do sexo na ponta da vulnerabilidade social sofrem violência cotidiana do Estado, que não promove segurança e políticas de trabalho e renda para elas. O Brasil ainda é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo”, reforça Maria Eduarda Aguiar, presidente do Conselho Estadual LGBTIA+ e advogada do Grupo Pela Vidda-RJ.

“Mulheres lésbicas são historicamente invisibilizadas, especialmente periféricas. Isso faz com que a dificuldade na obtenção de dados reais sobre a comunidade seja enorme. E sabemos que com poucos dados não se faz políticas públicas. Um dos problemas graves da falta de políticas públicas específicas é a falta oportunidades de empregos formais, nos privando, assim, de garantias de envelhecimento digno, por exemplo”, conclui Andréa Maia, integrante da Articulação Brasileira de Lésbicas, trazendo para a centralidade a questão de mulheres lésbicas de periferia.

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