*Por Roberto Ravagnani 

Poderia ser uma chamada positiva, mas é uma crítica a este mês tão estranho que é dezembro.

Todo ano é a mesma coisa: chega dezembro e as pessoas parecem enlouquecer.

Todos os desejos têm que ser realizados em dezembro, todas as festas e encontros, tudo aquilo que poderia ser feito durante todos os outros 11 meses no imaginário popular tem que ser feito no mês 12.

E com o voluntariado ou a doação, gestos de carinho ou gentileza, isso não é diferente. Todos têm que fazer alguma coisa em dezembro.

Ok, alguns irão dizer que: “Antes tarde do que nunca”, já que é o último mês do ano. Outros, os mais cristãos, dirão que a boa ação é pelo espírito natalino.

Vamos a algumas constatações: 

Por ser o último mês do ano, não consigo achar muita lógica nesses argumentos, pois, logo em seguida, teremos o primeiro mês do ano, e não há tantas comemorações assim, visto ser o primogênito, que inicia tudo. Deveríamos estar com sangue nos olhos (como no dito popular) pelo ano vindouro. Mas não é o que acontece em janeiro.

Pelo espírito natalino para os cristãos, até onde conheço, Jesus disse para praticarmos o bem e a caridade a todo momento, não somente na proximidade do Natal. Por favor, me corrijam se eu estiver falando uma grande besteira.

Para os que falam “- Antes tarde…”, eu pergunto: Por que não utilizar os outros 11 meses que estão ali a sua disposição, com menos trânsito, menos afogadilhos, para praticar atos de bondade?

E com o voluntariado não é diferente. Vejo muitas pessoas, no desespero, com sinais claros de que o mundo irá acabar dia 31 de dezembro, querendo praticar, custe o que custar, um ato de voluntariado para salvar a consciência de algo que não sei explicar.

Diante desta cena de correria, faço um convite: olhe para os outros meses com o mesmo olhar. Um olhar de benevolência com todos os outros períodos do ano, que passam por nós e, quando vemos, já estamos em dezembro novamente, de volta à correria.

Que tal olhar para as possibilidades diárias de atos de bondade? Não necessariamente uma grande ação de voluntariado, mas pequenas ações no dia a dia que, na soma de milhares delas feitas por pessoas espalhadas pelo planeta, serão atos gigantescos em prol de um mundo melhor. Não espere pelo melhor momento. Ele é agora.

Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado, ESG e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana LTDA e do VOL, porta voz pela ONU, Associado da VRS Consult da Guatemala, prof. de Voluntariado da PADLA University- México e Único Brasileiro Consultor acreditado internacionalmente por Empresability

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