O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a ONU Mulheres criaram dois novos índices para medir as lacunas enfrentadas por mulheres e meninas para se desenvolver. O Índice de Empoderamento das Mulheres (WEI, na sigla em inglês) considera o poder e a liberdade de fazer escolhas e aproveitar oportunidades na vida. O segundo, o Índice Global de Paridade de Gênero, ou Ggpi, avalia o status da mulher em relação ao homem em quatro dimensões essenciais do desenvolvimento humano.
A pesquisa envolveu 114 países e analisou fatores como saúde, educação, trabalho, inclusão financeira, poder de decisão e violência. Os resultados revelaram que menos de 1% da população feminina vive em países com alto nível de autonomia para mulheres e meninas e com baixa disparidade de gênero.
Segundo o WEI, as mulheres estão empoderadas para atingir apenas 60% do seu potencial, já com base no Ggpi, as mulheres alcançam, em média, 28% menos que os homens em todas as dimensões do desenvolvimento humano analisadas. Aproximadamente 8% das mulheres vivem em países com ambiente favorável à equidade, mas ainda enfrentam desafios no que se refere a poder e liberdade de escolha.
Diante desses resultados, o Pnud e a ONU Mulheres recomendam ações urgentes em cinco áreas: políticas de saúde que atendam às necessidades específicas de mulheres e homens ao longo da vida; acesso universal à saúde sexual e reprodutiva integrado a estratégias de desenvolvimento nacional; maior equidade no acesso à educação e investimentos para empoderar mulheres e meninas na era digital; equidade de salários, arranjos flexíveis de trabalho e acesso a creches; e eliminação de leis discriminatórias e apoio à participação das mulheres em todas as esferas da vida pública, além do enfrentamento da violência de gênero e apoio às vítimas.
Os novos índices detalham os desafios complexos enfrentados pelas mulheres e servem como referência para formulação de políticas e comparação de progresso entre países.
Agência Pauta Social