COP28: conclusão traz benefícios, mas não elimina uso de combustíveis fósseis

A cúpula avançou ao prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis, mas não determina como ela será feita

Após não haver consenso quanto ao documento final apresentado na COP 28, no último dia de programação oficial (12), nesta quarta-feira (13), chegou-se a um acordo final pela redução gradual do uso de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), principais responsáveis pelo aquecimento da atmosfera da Terra. 

Mesmo que a Organização das Nações Unidas (ONU) reforce o compromisso pelo fim do uso de combustíveis fósseis até 2050, não houve decisão quanto à eliminação desses poluentes, nem uma especificação de como ocorrerá a transição energética das nações ou quais recursos poderão ser utilizados em substituição. Mas o documento fala simplesmente em abandonar gradualmente os combustíveis fósseis, que haviam passado 30 anos fora da agenda das COPs.

O Acordo de Paris, de 2015, antecipou a necessidade de limitar o aquecimento global em 1,5 °C, quando comparado com os níveis pré-industriais. O fim do uso dos combustíveis fósseis seria determinante para o cumprimento do acordo, do qual o Brasil também é signatário.

Para Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, os países desenvolvidos devem assumir as rédeas da transição rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis e o próximo objetivo do governo brasileiro deve ser com relação aos avanços do financiamento climático e a transição energética.

“O compromisso que estamos assumindo aqui redireciona nossas ambições, mas também nossas responsabilidades, nosso comprometimento em todas as suas dimensões: mitigação, adaptação e meios de implementação alinhados a 1.5°C são agora incontornáveis”, pontuou a ministra.

“É um pacote histórico”, disse o presidente da conferência Sultan Al-Jaber, ao anunciar a decisão às 11:12 da manhã em Dubai. O documento é um Balanço Global do Acordo de Paris, contém 21 páginas e foi assinado pelos 195 países presentes nesta edição. O Brasil foi a nação com a maior delegação desta COP (1.337 participantes), e é um dos que mais fortemente se posicionou pela substituição dos combustíveis fósseis.

(Rafaela Eid, da Agência Pauta Social)

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