Blocos apostam em Carnaval com propósito para chamar foliões

Carnaval também é convite para refletir sobre causas sociais, como o combate ao preconceito e a preservação de direitos

O Carnaval é a festa do povo, logo, um espaço único para unir a alegria e celebração com a crítica social e política. Quem concorda com essa tese terá, ao longo deste mês, oportunidade de sobra para misturar samba no pé e luta por direitos. Desfilar em escolas ou nos bloquinhos que carregam a bandeira da pauta progressista é tudo de bom.

Presente em todo o Brasil, o Carnaval com propósito pode ser visto tanto nas letras dos sambas enredos quanto nas fantasias de quem pula rua, como é o caso dos exemplos que a Agência Pauta Social lista abaixo em Recife, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. 

Aproveite a data comemorativa e ajude chamar atenção para pautas importantes, como o fim do capacitismo, o direito à moradia digna, o respeito à comunidade LGBTQIA+ e a proteção antimanicomial.

BELO HORIZONTE – Bloco Todo Mundo Cabe no Mundo 

Criado em 2016, o Todo Mundo Cabe no Mundo é voltado para todas as idades e, principalmente, para as pessoas com deficiência. O grupo apresenta axé, MPB, samba, pop, marchinha e desfila pelas ruas do bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte. A iniciativa surgiu a partir do trabalho de defesa da inclusão por parte do multiartista Marcelo Xavier. A proposta do bloco é manter um espaço seguro e inclusivo, lutando contra o capacitismo. 

SALVADOR – Bloco Batekoo

A Batekoo é uma festa que nasceu em 2014, em Salvador. Na ocasião, a proposta era promover inclusão e empoderamento das comunidades negras e LGBT, principalmente das periferias. Mas o projeto fez tanto sucesso que virou bloco de Carnaval a partir de 2017, contagiando os foliões das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, além da próprica capital da Bahia, claro. Hoje suas músicas já misturam o trap, funk, pop e hip-hop, preservando a inspiração do início do projeto. 

RIO DE JANEIRO – Bloco Loucura Suburbana 

Na luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental, o Bloco Loucura Suburbana se faz presente nas ruas do bairro Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Criado em 2001, como parte do processo de desconstrução do modelo asilar do Instituto Municipal Nise da Silveira, o grupo rompe os muros do hospício, reunindo usuários, familiares e funcionários da rede de saúde mental, além de moradores do bairro e adjacências, criando um movimento de integração com a comunidade. O objetivo é contribuir para transformar o preconceito contra a loucura em admiração e respeito. 

RECIFE – Bloco Terra à Vista

Em Recife, o Bloco Terra à Vista luta pelo direito à moradia digna. A ONG Habitat para Humanidade Brasil está envolvida no projeto que, desde 2012, está nas ruas para pedir por cidades que incluam todas e todos. Algumas organizações, além da Habitat Brasil, estão envolvidas na realização da iniciativa, como o CPDH – Centro Popular de Direitos Humanos; a Fetape – Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco; o  IBDU – Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico; entre outros.

SÃO PAULO – PRETA BATUQUE e SAMBA PROS ORIXÁS

Ambos se apresentam na cervejaria Brass Brew, na Casa das Caldeiras (zona oeste da cidade). O Preta Batuque é um bloco idealizado por seis mulheres pretas, que tem como base musical o samba e o pagode-raiz. Juntas, elas celebram a negritude, o feminino e a ancestralidade através da música. Já o Samba Pros Orixás traz, no repertório, iexás, jongos, sambas de roda, capoeiras e ritmos brasileiros, sempre com temas que valorizam a negritude, miscigenação, igualdade de gênero, espiritualidade e ancestralidade. 

Confira os horários e endereços nos perfis de Instagram e nos respectivos sites. Boa folia!

(Rafaela Eid, da Agência Pauta Social)

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